Bolsonaro chama ONG de “lixo” ao ser questionado sobre Conselho da Amazônia

Bolsonaro chama ONG de “lixo” ao ser questionado sobre Conselho da Amazônia

Presidente não respondeu sobre falta de metas e orçamento para o Conselho da Amazônia, e minimizou ausência de governadores no órgão.

O presidente Jair Bolsonaro xingou a ONG (Organização Não Governamental) Greenpeace de “porcaria” e “lixo” ao ser questionado sobre planejamento para o Conselho da Amazônia, repaginado recentemente pelo governo para ficar sob a alçada do vice-presidente Hamilton Mourão.

Ao ser questionado sobre metas e o orçamento do projeto por um repórter, que trouxe o ponto levantado pela ONG, Bolsonaro exalta: “Quem é Greenpeace? Essa porcaria chamada Greenpeace. Isso é um lixo, um lixo! Outra pergunta”. A fala foi feita na manhã desta quinta-feira 13, na saída do Palácio do Planalto.

Em nota, a ONG classificou o gesto de reativamento do Conselho da Amazônia, um projeto feito originalmente em 1995 e que estava até então inativo, como uma “soma de zeros”.

“Os alertas de desmatamento medidos pelo sistema DETER do INPE para o mês de janeiro de 2020 apontaram 280 km², o dobro do registrado no mesmo período do ano passado. Agora reuniram o presidente, seu vice, os ministros e autoridades em uma grande cerimônia, uma encenação, para criar um conselho que é uma verdadeira soma de zeros.”, diz o Greenpeace.

Na ocasião, Bolsonaro também respondeu sobre a exclusão dos governadores do Conselho da Amazônia, esvaziado de representação estadual. Na lista de membros do Conselho, constam apenas integrantes do governo federal.

“Se você quiser que eu bote governadores, secretários de grandes cidades, vai ter 200 caras. Sabe o que vai resolver? Nada. Nada”, declarou. “Nós não vamos tomar decisões sobre estados da Amazônia sem conversar com governador. Se botar muita gente ,é passagem aérea, hospedagem, uma despesa enorme, não resolve nada”, concluiu.

Não é a primeira vez que o presidente ataca o Greenpeace. No ano passado, em meio à crise do vazamento de óleo no Nordeste, Jair Bolsonaro chegou a falar que a ONG poderia ser a culpada pelo acidente e nomeou-a como “terrorista”. A ONG desmentiu os boatos ao explicar que o barco acusado de ser culpado sequer funcionava com combustível fóssil.

Além da Conselho, o governo também criou, em janeiro, a Força Nacional Ambiental, organismo semelhante à Força Nacional de Segurança Pública. O objetivo será reunir agentes para a proteção da área amazônica.

Apesar da criação dos novos órgãos, pouco foi debatido sobre o aporte financeiro e de ações já previstas para o Conselho. Em 2019, o desmatamento na Amazônia bateu recordes e o governo foi criticado internacionalmente pela falta de gerência, o que culminou em culpar até mesmo as ONGs pelos números da tragédia ambiental.

Fonte: Carta Capital

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