Professoras e professores adoecem devido às péssimas condições de trabalho

Professoras e professores adoecem devido às péssimas condições de trabalho

Dificilmente encontramos professoras e professores totalmente satisfeitos com a profissão. Vivemos um momento extremamente delicado com ataques sucessivos à educação pública com cortes no orçamento, tentativas de censura aos docentes e total desrespeito às mínimas condições para o trabalho fluir adequadamente.

Um levantamento feito recentemente pela reportagem do telejornal SBT Brasil chamou a atenção para a carreira dos docentes no estado de São Paulo. Segundo a reportagem, 45 professoras e professores pedem afastamento do trabalho por problemas de saúde diariamente. A maioria por esgotamento nervoso.

Situação muito grave porque a carreira do magistério vem sendo desvalorizada há tempos, mas sofre uma ofensiva jamais vista com o governo de Jair Bolsonaro. Essa pressão aumenta o já grande desgaste natural de uma profissão de extrema responsabilidade e insegurança.

A pesquisa foi realizada pela Associação Nova Escola entre junho e julho de 2018. Ao ouvir 5 mil professoras e professores, o estudo constatou que 66% dos profissionais precisaram se afastar do trabalho por adoecimento. Sendo que 87% acreditam que o problema é causado pelo excesso de trabalho e pela falta de infraestrutura.

Ainda de acordo com a pesquisa, 68% sofrem de ansiedade, a seguir vem o estresse e as dores de cabeça que atinge 63%. Insônia afeta 39% das professoras e professores, dores nos membros atinge 38% e alergias também 38%. Um grande número, 28%, diz já ter sofrido de depressão.

A professora Iêda Soares Pinto, que leciona no Ensino Fundamental II, Ensino Médio e EJA no Distrito Federal, conta à Nova Escola que começou a tomar remédios para controlar a ansiedade. “Trabalho em três escolas e raramente consigo fazer todas as refeições ou praticar atividades físicas. Além disso, levo muito trabalho para casa e fico sem tempo para nada”, relata.

Já uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Ministério da Educação (MEC), identifica que 17,7% das professoras e professores sofrem com problemas vocais, seguidos por problemas respiratórios (14,6%) e emocionais (14,5%).

A pressão exercida pelo poder público, principalmente no atual governo vem provocando cada vez mais adoecimentos. Além disso, a falta de infraestrutura adequada, de um plano de carreira, de um salário compatível com o nível de responsabilidade da profissão, o excesso de horas trabalhadas e a falta de políticas de valorização docente provocam ainda mais adoecimentos.

Apenas 23% das trabalhadoras e trabalhadores em educação recomendariam a profissão aos mais jovens, segundo a Pesquisa Docente, da ONG Todos Pela Educação em parceria com o Itaú Social, enquanto 48% disseram não recomendar.

Um levantamento da própria Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP), em 2016, comprova o alto índice de adoecimento entre as professoras e professores. Nesse estudo da SEE-SP, 21,8% dos profissionais da educação paulista saíram de licença médica ao menos uma vez no ano de 2015.

Para concluir a leitura da matéria, clique aqui.

Fonte: Brasil247

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